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Eu como bom brasileiro não consigo pensar em outro evento além da Copa do Mundo quando me perguntam qual é a maior competição esportiva do planeta, ainda mais em 2014, ano que esse circo desembarca aqui em terra Brasilis. Entretanto, o meu nível de vício em esporte basicamente me obriga a acompanhar e assistir todas as competições que eu consiga, então nunca vou desmerecer o tamanho de um Superbowl, mas disse isso tudo pra chamar sua atenção de que no próximo fim dessa semana começa o grande evento deste Fevereiro: sim! Os Jogos Olímpicos! E não, eu não estou maluco e não, você não dormiu e acordou em 2016, quando os Jogos serão sediados aqui no Rio, mas dia 7 de fevereiro, também conhecido como amanhã, marca o dia da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi.
Ok, provavelmente
serão duas semanas de total desinteresse da imprensa brasileira já que não
temos a menor tradição neste tipo de edição olímpica (não me diga), mas são 88
nações reunidas, aproximadamente 2500 atletas, vários esportes malucos que eu
só assisto nessas ocasiões e tem a bandeira olímpica. Não precisa muito mais do
que isso pra empolgar um cara fanático por isso tudo, mesmo um que nunca tenha
pisado na neve. Essa será a 22ª Edição dos Jogos Olímpicos de Inverno, os
primeiros em solo russo (que sediou os Jogos de Verão em Moscou como capitão da
União Soviética em 1980) e apesar de todo o tamanho que uma competição desse
nível por si só já tem, o grande motivo pra eu escrever sobre é o fato de ser
na Rússia do Vladimir Putin e tudo que isso hoje representa.
Pra início de
conversa, o que se espera de uma sede dos Jogos Olímpicos de Inverno? O máximo
de frio possível. Parece óbvio, não? Mas Sochi é uma cidade litorânea banhada
pelo Mar Negro, com uma economia local muito mais voltada pro turismo durante o
verão do que no inverno. São vários resorts que recebem em média 2 milhões de
turistas todos os anos em Julho e Agosto. Não à toa, as competições serão
divididas em Sochi (com as principais instalações e competições de “arena”) e
Krasnaya Polyana, aí sim uma estação de esqui situada no Cáucaso. Soma-se a
isso o fato de Sochi não ter nenhuma tradição esportiva, eu ouso dizer que
nenhuma alma viva nunca esquiou por aquelas partes, mas foi a cidade escolhida
pelo Comitê Russo e pra lá foi todo o investimento necessário para a realização
desses jogos.
E aqui chegamos à
polêmica número dois: os jogos de Sochi serão mais custosos que todos os outros
Jogos Olímpicos de Inverno juntos. Não, você não leu errado. É exatamente isso.
Só a titulo de comparação: na organização de Vancouver 2010 foram gastos US$ 8
bilhões, em Sochi estimasse US$ 51 bilhões! Tal quantia ultrapassa inclusive os
gastos de Pequim 2008, os Jogos Olímpicos mais caros até então, contando as
duas versões. E convenhamos que os Jogos de Verão são muito mais grandiosos e
envolvem uma gama maior de pessoas ao redor do mundo. O presidente do Comitê Organizador, Dmitry Chernyshenko, disse que
parcerias e programas comerciais possibilitaram todos esses investimentos. Só
que me desculpem os russos, mas eles conseguem ser mais obscuros que nós brasileiros
nesse tipo de situação e não faço a menor ideia de onde saiu tanto dinheiro
assim.
Não é uma cidade
de inverno, muito e muito dinheiro envolvido, o que mais faltava pra polemizar?
Nacionalistas circassianos exigem o cancelamento dos jogos enquanto o Governo
Russo não se desculpar formalmente pela morte de um número incontável de civis
durante a Guerra do Cáucaso, época de expansão do Império Russo no século XIX.
Além disso, existe um temor gigantesco por ataques terroristas durante a
realização das competições, até por essa questão da Rússia ser terra de várias
etnias diferentes, algumas separatistas. Tal temor fez com que o investimento
em segurança beira-se ao absurdo (são mais de 40 mil seguranças contratados,
por exemplo). Sem contar que a Rússia do Putin nunca foi um lugar muito
amistoso e propenso a conversa, Pussy Riot que o diga. Quaisquer manifestações
na região de Sochi só poderão ser realizadas com aprovação prévia da polícia
local, ou seja, não acontecerão. Outra questão foi a proibição via Ministério
da Justiça da criação da Pride House, local que recebe atletas, voluntários e
turistas simpatizantes do público LGBT durante os jogos, e que já virou uma
tradição desde Vancouver 2010. Pra completar a Rússia ainda me cria uma lei que
proíbe a “propaganda de relações sexuais não tradicionais” e “impõe multas por
fornecimento de informações sobre a comunidade gay para menores”. Nem preciso
dizer o quanto isso foi combatido no último ano, a lei é de Julho de 2013,
principalmente na comunidade esportiva. Até boicote foi discutido. Por conta de
tudo isso vários líderes de Estado já anunciaram que não estarão presentes em
Sochi na próxima sexta-feira e outros tantos deixaram em aberto sua presença.
Como cereja do bolo de problemas ainda é noticiado que a organização promoveu
um extermínio de vira-latas nos últimos dias. Não tem como defender nada nessa
história toda.
Mas não só de
polêmica é feito Sochi, por mais incrível que isso possa agora parecer pra
você. São 15 esportes, divididos em algumas subcategorias, que você não espera
que um cara nascido e criado em Volta Redonda/RJ vá te explicar detalhadamente,
não é mesmo? O que eu destacaria? Bom, eu assistirei tudo que conseguir – como
te disse lá no início –, mas claro que as grandes atrações são: Hockey e todas
as estrelas da NHL (liga norte-americana do esporte) – vai ser muito
interessante acompanhar a tentativa russa de não permitir um título dos
americanos e canadenses; Curling – porque é muito legal ver como um esporte que
tem uma vassoura pode ser tão estratégico e divertido; Snowboard – aqui eu só
tenho dois nomes pra dizer: Shaun White no Superpipe e Mark McMorris no
Slopestyle. Sério, não precisa saber mais nada do que isso; e óbvio que não
podia deixar de falar do Bobsleigh – VAI JAMAICA! VAI BRASIL!
Falando sobre o
Brasil, nós temos 13 atletas em Sochi, que estão divididos em 7 esportes (Esqui
Alpino, Biatlo, Bobsleigh, Esqui Cross-Country, Patinação Artistíca, Patinação
Livre, Esqui Estilo Livre e Snowboard). É torcer pra que ninguém volte
machucado pra casa como a Laís Souza infelizmente voltará pelo acidente que ela
sofreu na preparação pros Jogos. Mas bate sempre um misto de orgulho e
nervosismo quando vejo a bandeirinha do Brasil ali nos créditos da transmissão,
mesmo sem a menor chance de nada.
Bom, acho que
falei demais, principalmente pra um primeiro post no ano. Agora é esperar as competições, o fuso horário não será fácil,
mas realmente recomendo dar uma olhada porque tem disputas bem divertidas
nesses Jogos de Inverno, sem contar que olhar neve nem que seja pela televisão
já deve aliviar esse calor infernal que estamos vivendo aqui no Brasil nesse
início de ano.
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