A intolerância está presente na nossa sociedade e precisamos admitir esse problema
Talvez você saiba, talvez você não saiba, mas no último fim de semana
nós tivemos a aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio, o famoso Enem. Depois
de muita gente perdendo a hora, depois de muita gente perdendo a hora de
propósito para aparecer (vem meteoro!), depois de muitas reclamações e
frustrações por conta do nível de algumas provas, depois disso tudo chegamos ao
tema da redação.
Por razões meio óbvias é um assunto que sempre chama minha atenção, e eu gostei do tema desse ano. Vejo como ponto positivo colocar isso na
principal prova da educação do país. Mas enfim, qual foi o tema, Leandro?
Então, eu não vou lembrar exatamente qual era a proposta de redação, mas resumidamente: intolerância religiosa.
É um tema tão legal de ser abordado, tão
importante de ser discutido no mundo maluco em que vivemos e com tantas
vertentes a serem exploradas que me deu vontade de ter feito essa redação,
mesmo sem ter a menor noção de como seria avaliado. Pena que muita gente que
comentou sobre a escolha ou que estava lá escrevendo sua redação não enxerga o
todo e toma partido, muitas vezes cometendo intolerância.
O motivo do tema ser
tão rico é pela infelicidade dele ser tão real e presente. Há intolerância de
todos os lados. Há intolerância de quem é religioso com quem não é. Há
intolerância de quem não é religioso com quem é. Há intolerância entre aqueles
que são religiosos, mas tem diferentes crenças. Um cristão que desmerece um umbandista, um evangélico que quer converter um agnóstico, um ateu que critica a fé... Exemplos não faltam, tenho certeza que pra você também não é difícil pensar e perceber que já conviveu com situações assim.
O que alimenta a
intolerância é a falta de respeito e empatia. Vivemos numa sociedade que é
intolerante, isso é inegável, infelizmente. Isso tá impregnado em todos os setores e dia após dia implica em situações e reações inexplicáveis. Evitando ao máximo as
generalizações, mas pensando num cenário mais amplo, as pessoas ainda não vivem
bem com diferentes opiniões, diferentes abordagens de vida. Pra muitos existe
um manual, o que por si só não seria um problema. A grande questão é que as
pessoas encaram seus manuais de vida como os únicos que estão certos.
Policiando e desmerecendo aqueles que são diferentes.
Talvez o caminho seja
parar de tentar entender a cabeça do outro (e consequentemente julgar quando
não entende) e respeitar, pois aquilo que faz bem pra outras pessoas pode ser bem diferente do que faz bem pra você e bem diferente do que você pensa. E claro, exigir que o outro lado respeite a sua
diferença. Admitir que estamos errados como sociedade e envoltos em tanto ódio é um bom primeiro passo. Não é um exercício fácil, não é algo que conseguimos mudar da noite pro dia, mas é algo que pode sim ser melhorado. Melhoremos como indivíduos e melhoraremos como sociedade.
Obs: meses depois eu volto com um tema aleatório, mas gostaria de agradecer a todos que acessaram meu último texto (Eu, o que fazer?), curtiram, comentaram, vieram conversar comigo. É o tipo de reação e interação que eu busco quando escrevo e foi muito legal perceber que consigo isso. Muito obrigado a todos vocês, de verdade.
De forma curta e direta você toca nessa ferida da intolerância que tanto cresce e toma nosso cotidiano impulsionado pela "proteção" das redes sociais. Podem chamar de lugar comum, mas enquanto ser humano, o respeito será a palavra chave pra que possamos continuar vivendo em sociedade e continuarmos nos considerando civilizados.
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