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03 maio 2013

Obrigado, UFF

Só obrigado mesmo



Será que foram os melhores anos da minha vida? Será que estou pronto para os próximos desafios? Será que absorvi tudo o que poderia? Dúvidas sempre tem presença constante na cabeça de qualquer pessoa e comigo não é diferente. Elas mudam de acordo com o tempo e a situação, mas estão ainda mais assustadoras agora que sai da faculdade. Abençoados são aqueles que antes dos 25 já decidiram seus destinos e traçam metas que reduzem seus questionamentos.

Eu não consigo responder àquelas perguntas protocolares que todo mundo ouve ao finalizar alguma etapa importante "Qual o próximo passo? O que vem agora?". Seria muita prepotência assumir qualquer resposta definitiva sobre o futuro. Não tenho respostas para muitos assuntos do meu estático passado, não tenho condições de assumir posições no imponderável futuro. As três perguntas que iniciam o texto são apenas algumas das incertezas que me faço ao sair da universidade. Por mais que ainda não seja oficial eu já trato deste assunto como finalizado. Hoje tenho uma tendência a responder todas aquelas questões de forma negativa. Não absorvi, não estou pronto, não foram meus melhores anos. Mas eu tenho consciência de que pouco tenho responsabilidade em dar essas respostas hoje, pois não são respostas imutáveis. Talvez eu tenha absorvido mais valores e conhecimento do que imagino, talvez eu ainda esteja me preparando para os desafios, talvez eu tenha passado por situações que serão alicerces para qualquer ano do meu futuro.

Quando eu tinha 18 anos e entrei na faculdade, já imaginava passar por mudanças. Me desculpe quem discorda e desculpem o tom de voz da experiência, mas a verdade é que com 18 anos você realmente não sabe porra nenhuma. A vida é muito mais pesada do que se possa imaginar. Minha sorte foi sempre ser cercado por boas pessoas, o que é sempre de muita ajuda e sou grato por isso. Mas nem isso evita as chances de tomar algum soco inesperado da vida. Hoje eu tenho 24 anos, sei um pouquinho mais do que quando entrei na UFF, mas o principal é ser cada vez mais humilde ao saber que as coisas mudam constantemente e não há possibilidade de preparação para tudo.

Sim, eu passei seis anos fazendo um curso que deveria ter sido feito em quatro. Escrevi um monte de besteira sem sentido que nem cabe tanto por aqui e não esperava ter escrito quando peguei o lápis. O que já faz algum sentido é perceber o que ganhei neste período universitário. Ganhei amizades que tenho certeza de que serão pra toda vida, por mais sem nexo que tenha sido a construção de cada uma delas. Ganhei uma noção maior de perspectiva, de olhar as situações de diferentes ângulos e com maior clareza do que aquele menino, que matou a primeira semana de aula e não sabia nem onde era a xerox, olharia. Ganhei em senso crítico, que em muitas vezes passa do ponto, mas esperando sempre por mais. Perdi pessoas muito importantes, mas sei que ganhei outras com tanta importância quanto.

Claro que tive meus momentos de fraqueza e ainda os tenho (com mais constância do que gostaria), mas todos eles serviram e servem de alguma lição posteriormente. Errei? Um monte. Mas tenho a sorte de ter pessoas que possibilitam que eu tenha margem para isso. Não sou perfeito, nunca tive essa pretensão, só tendo ser meu melhor, mesmo sabendo que nem sempre consigo. Hoje sou grato aos meus erros. Sem eles eu seria um cara muito pior. Na verdade, acho que uma boa forma de enxergar as coisas é não encará-los como erros, mas como escolhas. Escolhas que me trouxeram até aqui e vão me levar pra onde quer que eu chegue. Tolos são os que antes dos 25 já acham que decidiram todo seu destino.


Uma frase que escutei ao entrar na UFF foi "A universidade quem faz é você" e posso dizer que essa frase faz total sentido, a responsabilidade de absorção de situações é inteiramente sua e é você quem determina a experiência que terá. Obrigado UFF por todas as aulas que assisti, obrigado ainda mais por todas as que eu não vi. Obrigado por todos os trotes que participei, por todos os copos que compartilhei. Obrigado pelas festas, pelas noite mal dormidas e pelas situações não resolvidas que me fizeram pensar. Obrigado pelas lições aprendidas fora de sala, obrigado pela Rádio Corredor, obrigado pelas intermináveis conversas no pátio. Obrigado pelas pessoas, conhecidas ou não, mas que eu tinha certeza de encontrar em qualquer festa da faculdade. Mas muitíssimo obrigado pelas melhores amizades que eu poderia ter e não teria condições de pedir melhor. Obrigado por me transformar na pessoa que sou hoje. É isso, só obrigado por me aguentar.

Um comentário:

  1. Como algum sábio um dia disse: "Amigos são os irmãos que escolhemos para a vida."
    Obrigado UFF, por proporcionar que eu diga essa frase pra algumas pessoas que fizeram, fazem e sempre farão parte da minha vida, minha história!
    Abraço, dj!

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