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14 agosto 2015

Por que voltar?

Por que retomar algo que não tem o peso da obrigatoriedade?



Um ano, três meses e 14 dias. 472 dias. Quatrocentos e setenta e dois. Mais de 11 mil horas. É esse o tamanho da lacuna entre minha última postagem e o dia de hoje. Por que voltar? Por que retomar algo que não tem o peso da obrigatoriedade? Tenho algumas suspeitas, mas não sei te responder. Talvez a resposta mais simples e que sintetize seria: porque eu sempre quis.

Retornos normalmente acontecem quando algo não foi bem acabado ou era bom o bastante a ponto de não fazer sentido ter sido interrompido. Sinceramente, não faço a menor ideia se aqui se encaixa em alguma dessas duas situações. Se eu não puder fugir e for obrigado a responder, eu diria que não. O que posso dizer, e o que realmente importa hoje, é: eu estou aqui digitando mais uma vez. Mas claro que vou levantar tópicos buscando o porquê. Se não pensasse nisso era bom vocês conferirem se alguém não me havia hackeado...

Por conta do passado do blog, escrever entrou na minha rotina de tal maneira que algumas vezes escrevi mesmo sem a pretensão de publicar. Uma página em branco muitas vezes teve (tem) o poder: de segurar a mão que ia em direção da parede mais próxima em forma de soco, de não agravar a gastrite que tem sido uma companheira muito fiel, de ser o terapeuta a ouvir sobre as inseguranças e frustrações. É o instrumento que uso pra expor traços da minha personalidade que nunca mostraria a ninguém.

Eu sei que passo a impressão de não me importar com o que falam de mim e simplesmente fazer o que quero independente das reações alheias, mas eu também tenho um ego que precisa ser alimentado. Receber elogios nunca é demais. Perceber que as pessoas gostam de algo que você faz também é um sentimento que enche o peito. Não vou mentir e dizer que as infladas de ego do passado não são um combustível para voltar a fazer isso aqui. Eu gosto de escrever? Sem dúvidas. Se não gostasse não voltaria a fazer algo que não sou obrigado a fazer. Mas a sensação de que alguém vai ficar feliz quando perceber que estou voltando é uma das boas sensações que posso e espero ter com essa retomada.

Esse texto saiu num processo totalmente diferente do que estou acostumado a fazer. Apesar disso, escrever, discutir e expor opinião sempre foi algo natural. Enxergar diferentes pontos de vista e pensar demais é algo que passa pela minha cabeça a todo tempo e com certa facilidade. É minha benção e minha maldição. Eu tenho dúvidas se tentaria essa volta se fosse algo que eu precisasse fazer muito esforço pra produzir. Por mais travado que esteja, cuspir alguns parágrafos não foi tão difícil assim.

Eu estou enferrujado, algumas partes não farão sentido. Mesmo nunca tendo pisado numa academia, eu imagino que seja assim quando alguém volte a malhar depois de um longo período de inatividade (ou treinar, como eles dizem nos dias de hoje). Não espero que você goste desse texto, porque sinceramente eu não sei se gostaria muito. O que eu espero é que goste do que ele representa, que é a volta desse espaço.

Achou legal? Uma bosta? Mostra isso pra mim. Comente, venha falar comigo, sugira algo, me xingue, elogie. Aguardo sua reação e até a próxima.

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