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23 outubro 2015

A nobre dificuldade de conhecer pessoas

Conhecer pessoas novas nunca foi uma dificuldade. Foi = pretérito perfeito



Eu devia ter alguma justificativa pra minha ausência, mas não tenho. Simplesmente não tinha sobre o que falar, e não tenho pensado tanto assim na vida a ponto de criar tópicos pra usar aqui. Lide com isso. Enfim, não estou aqui pra falar sobre isso.

Quem me conhece sabe que não sou a pessoa mais simpática do mundo a primeira vista. Não por eu ser escroto (pelo menos não 100% do tempo), o que acontece é um combo de timidez + falta de tato. Apesar disso, de uns tempos pra cá tenho conhecido poucas pessoas novas. É só comigo? Diz que não =’(

Conhecer pessoas novas nunca foi uma dificuldade. A mecânica da escola e principalmente da faculdade, de todo ano/semestre entrar novos alunos, fazia que a convivência com novas pessoas fosse algo cotidiano (desde que você não fosse um sociopata). Não digo que era o caso de construir uma amizade a partir disso (também havia essa possibilidade, claro), mas pelo menos você tinha a certeza de que conheceria novas pessoas, não necessitava muito esforço pra que isso acontecesse.
  
Certa vez eu estava conversando sobre essa dificuldade de conhecer novas pessoas na vida pós-faculdade com um amigo (oi, Urso). Já tem até um bom tempo essa conversa, alguns meses pelo menos. E um exercício que nós fizemos na época foi relembrar com quantas e quais pessoas nós tínhamos começado a nos relacionar de forma mais próxima num passado recente. O que eu consegui analisar daquilo foi que normalmente essas novas relações eram fruto de: reencontros da vida (pessoas com quem você já teve contato e retomou depois de um tempo) ou apresentações de amigos (pessoas que amigos trazem pro seu contato mais próximo e de alguma forma você absorve pro seu convívio). São as únicas formas de conhecer alguém? Não. Claro que não. Mas pra mim tem sido.

(É bom dizer, que não estou contanto aqui com os encontros causados pela casualidade da vida, que é outra fonte que vez ou outra traz pessoas pro seu cotidiano. Conhecer alguém num show, ou numa boate, por exemplo, e perceber que é um contato a ser mantido por mais tempo).

Não sei se sou o único a passar por essas dificuldades, acredito que não. Na verdade, observando as pessoas eu tenho certeza que não. E enxergo um paradoxo: com o passar dos anos nós ficamos mais velhos, evoluímos como pessoa, ganhamos experiências de vida que nos deixam mais interessantes e com mais coisas a contar e dividir, e por outro lado, normalmente conhecemos cada vez menos pessoas. Parece haver uma saturação do número de amigos/colegas/conhecidos. Número que dificilmente é alterado depois de determinado tempo. Tempo esse que eu não sei determinar quando acontece. Acho que é um timing muito individual. Não, aquela menina (ou menino) que você ficou em alguma noite do fim de semana e na segunda-feira já não tinha mais nenhum papo (e bloqueou/excluiu do seu whatsapp) não conta como “conhecer uma pessoa”.

Outra situação que eu tenho observado é a seguinte: há um desânimo coletivo em relação à noite como evento social, por conta da repetição. Repetição de pessoas, de lugares, de atrações, de situações. Claro que no meu caso isso é potencializado pelo fato de morar numa cidade média, com poucas opções. Mas o que eu quero destacar é que apesar desse desânimo, semanalmente eu vejo as pessoas tentando achar soluções e empolgação pra continuar saindo. Eu não sei o que motiva essas pessoas e o que elas usam como justificativa. Talvez uma pressão causada pela solteirice, que implica em você se fazer presente, ver pra ser visto, e (de novo) buscar conhecer gente nova (ou novos níveis de relação com pessoas que você já conhece de alguma forma).

Uma solução pra isso? Se eu soubesse não teria me incomodado, se eu não ficasse incomodado não estaria escrevendo isso aqui. Pra algumas pessoas a solução é dar mais chances pra noite, continuar saindo e potencializar os acasos da vida. Pra outros é desenvolver as relações que já tem. Eu só sei que não sei responder sobre isso. Não tenho a resposta pra essa dificuldade. Se tiverem alguma ideia, me avisem (e não me xinguem por essa conclusão)...

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