Conhecer pessoas novas nunca foi uma dificuldade. Foi = pretérito perfeito
Eu devia ter
alguma justificativa pra minha ausência, mas não tenho. Simplesmente não tinha
sobre o que falar, e não tenho pensado tanto assim na vida a ponto de criar
tópicos pra usar aqui. Lide com isso. Enfim, não estou aqui pra falar sobre
isso.
Quem me
conhece sabe que não sou a pessoa mais simpática do mundo a primeira vista. Não
por eu ser escroto (pelo menos não 100% do tempo), o que acontece é um combo de
timidez + falta de tato. Apesar disso,
de uns tempos pra cá tenho conhecido poucas pessoas novas. É só comigo? Diz que
não =’(
Conhecer
pessoas novas nunca foi uma dificuldade. A mecânica da escola e principalmente
da faculdade, de todo ano/semestre entrar novos alunos, fazia que a convivência
com novas pessoas fosse algo cotidiano (desde que você não fosse um sociopata).
Não digo que era o caso de construir uma amizade a partir disso (também havia
essa possibilidade, claro), mas pelo menos você tinha a certeza de que
conheceria novas pessoas, não necessitava muito esforço pra que isso
acontecesse.
Certa vez eu
estava conversando sobre essa dificuldade de conhecer novas pessoas na vida pós-faculdade
com um amigo (oi, Urso). Já tem até um bom tempo essa conversa, alguns meses
pelo menos. E um exercício que nós fizemos na época foi relembrar com quantas e
quais pessoas nós tínhamos começado a nos relacionar de forma mais próxima num
passado recente. O que eu consegui analisar daquilo foi que normalmente essas
novas relações eram fruto de: reencontros da vida (pessoas com quem você já
teve contato e retomou depois de um tempo) ou apresentações de amigos (pessoas
que amigos trazem pro seu contato mais próximo e de alguma forma você absorve
pro seu convívio). São as únicas formas de conhecer alguém?
Não. Claro que não. Mas pra mim tem sido.
(É bom dizer, que não estou contanto
aqui com os encontros causados pela casualidade da vida, que é outra fonte que
vez ou outra traz pessoas pro seu cotidiano. Conhecer alguém num show, ou
numa boate, por exemplo, e perceber que é um contato a ser mantido por mais
tempo).
Não sei se sou o único a passar por essas dificuldades, acredito que não. Na verdade, observando as pessoas eu tenho certeza que não. E enxergo um paradoxo: com o passar dos anos nós ficamos mais velhos, evoluímos como pessoa, ganhamos experiências de vida que nos deixam mais interessantes e com mais coisas a contar e dividir, e por outro lado, normalmente conhecemos cada vez menos pessoas. Parece haver uma saturação do número de amigos/colegas/conhecidos. Número que dificilmente é alterado depois de determinado tempo. Tempo esse que eu não sei determinar quando acontece. Acho que é um timing muito individual. Não, aquela menina (ou menino) que você ficou em alguma noite do fim de semana e na segunda-feira já não tinha mais nenhum papo (e bloqueou/excluiu do seu whatsapp) não conta como “conhecer uma pessoa”.
Outra situação
que eu tenho observado é a seguinte: há um desânimo coletivo em relação à noite
como evento social, por conta da repetição. Repetição de pessoas, de lugares,
de atrações, de situações. Claro que no meu caso isso é potencializado pelo
fato de morar numa cidade média, com poucas opções. Mas o que eu quero destacar
é que apesar desse desânimo, semanalmente eu vejo as pessoas tentando achar
soluções e empolgação pra continuar saindo. Eu não sei o que motiva essas
pessoas e o que elas usam como justificativa. Talvez uma pressão causada pela
solteirice, que implica em você se fazer presente, ver pra ser visto, e (de
novo) buscar conhecer gente nova (ou novos níveis de relação com pessoas que
você já conhece de alguma forma).
Uma solução
pra isso? Se eu soubesse não teria me incomodado, se eu não ficasse incomodado
não estaria escrevendo isso aqui. Pra algumas pessoas a solução é dar mais
chances pra noite, continuar saindo e potencializar os acasos da vida. Pra
outros é desenvolver as relações que já tem. Eu só sei que não sei responder sobre
isso. Não tenho a resposta pra essa dificuldade. Se tiverem alguma ideia, me
avisem (e não me xinguem por essa conclusão)...
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